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sábado, 14 de abril de 2007

Apresentação

Bom, por que criar um blog??? Nada melhor que tentar verbalizar aquilo que te aflige!!!! O que me aflige??? O desconforto de não termos - agora me permitam uma generalização de cunho existencialista - uma essência definida a priori. Afinal de contas, o blog me dá a sensação de compartilhar, embora ninguém leia os textos vindouros, idéias que habitam o íntimo deste ser, ou idéias que falsamente aparento ter, pois nada é definitivo. Fora os prolegômenos, o blog se intitularia "aquilo que outrora rejeitei", aforismo inspirado em outro, "tudo que é sólido desmancha no ar" (do Grande Pensador) e, principalmente, nas minhas experiências, totalizadas em pouco mais de duas décadas. Período curto para a História; imenso para uma alma errante. Apesar de gostar desse título, acabei por adotar "o presente está morto" que, embora não tenha a complexidade do anterior, sintetiza muito de seu teor. Minha intenção é trazer à tona a reflexão de que nossas vidas se baseiam em julgamentos e especulações. Por quê??? Bom, primeiro porque toda vez que verbalizo o presente, ele já virou passado, ganhou um espaço e um tempo definidos na linha histórica. Nesse sentido, quando paro para pensar o presente, acabo por cristalizar um momento, e qual a definição para isso senão "passado"??? Sendo assim, quando falo de qualquer momento vivido, nele incorporo um julgamento. Isso porque a todo instante tenho visões de mundo diferentes o que pressupõe choque de valores, logo, a todo momento estou fazendo julgamentos sobre mim, sobre os outros e sobre as coisas. E o que dizer das especulações??? Neste termo quero englobar nossas conjecturas, desejos, sonhos e perspectivas, ou seja, tudo aquilo que não ocorreu ou que por ventura possa acontecer. Portanto, caros amigos, apresento o blog que não fala do presente, somente do passado e do futuro!!! Não faz previsões, especula!!! Não avalia, julga!!! Antes de terminar, só um adendo. Gostaria de estar acima do BEM e do MAL como Nietzsche, mas infelizmente ainda procuro guiar minha conduta fundamentado em valores que tomo como pretensamente universais!!!

11 comentários:

Unknown disse...

Que início! Isso é porque tava com dor de cabeça! Vai ser legal viajar nos seus textos. Eu gostaria de saber porque esse Nietzsche está acima do bem e do mal. Falou!!

Unknown disse...

É um filosofo sem por nem tirar, está até definindo a própria terminologia. Muito bom o texto, mas eu já sabia que não deveria esperar menos. Muito bom mesmo.

Unknown disse...

Obs: "^" pôr esse circunflexo no lugar mais adequado no meu texto acima.

Alexandre Varela disse...

Nossa língua tem recursividade, deu pra sacar o que você queria dizer!!! hahahahaha!!!!

Alexandre Varela disse...

Agradeço os elogios deveras exagerados!!! Bom, como uma de minhas intenções é criar um espaço de discussões, Brunão, vou pedir ao nosso amigo filósofo responder à sua questão com mais propriedade!!! Mas de antemão, quando digo que Nietzsche está acima do BEM e do MAL quero fazer menção ao fato dos valores morais servirem a determinados interesses situados em determinado momento histórico, mas que pela força do hábito acabam por enraizar em nosso "ser" e nos fazem acreditar que são leis absolutas e, por que não dizer, regras definidas a priori, como que sobrehumanas. A obra "Genealogia da Moral" explicita tais conceitos (obviamente que de forma muito mais complexa)!!! Se meu amigo filósofo estiver diposto a comentar, eu agradeço!!!!

Paulao disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulao disse...

Senhor!! Isso que é uma verbalização!! Agora "começo" a entender a fase que tu passas. Mas sobre a apresentação em si, antes de rejeitarmos completamente o presente, eu gostaria de saber o que você define como presente.
Pelo texto, eu creio que seriam as ações espontâneas, quase que instintivas, livres de qualquer pré-julgamento ou segundas intenções. Se for isso, compartilho de vossa opinião no sentido de que matamos o presente ao condicionarmos as ações às nossas memórias e ao substituí-las pelos nossos sonhos.
E aqui reside a sua questão existencialista, porque o ser humano é levado a basear sua existência fundamentalmente em suas ações: "sou o que faço". No instante em que atuo pensando no passado ou no futuro (os quais não nos são tangíveis), não existimos no presente (o que é a base de nossa realidade). E na atual época que vivemos, essa estranha contradição ganha força com a propagação do "consumir nunca é demais", ou seja: "sou o que faço e tenho". Assim, vejo que a real existência reside na simples vivência do presente, e por isso me preocupa o título desse blog.
Mas tudo isso se baseia na tradicional definição do tempo como um processo linear e progressivo. E este é um outro tópico interessante para se discutir nesse blog, pois que há quem defenda o tempo fixo, o tempo não-linear, e até mesmo a não existência do tempo! Ou seja, antes de falarmos do passado e do futuro, aqui fica minha indagação: Será que eles "existem"?

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juby Castro disse...

Xande... saudade de vc, rapaz!
Saudades da nossa turma... de todos reunidos...
Saudades! :(
Beijos,
Juby:

Alexandre Varela disse...

Brilhantes colocações, prezado Paulo!!!! Bom, vejamos. Ao trazer a questão de que o presente está morto é bem verdade que não quis fazer nenhuma apologia ao passado e ao futuro. Pelo contrário, quis situar a noção de tempo apenas em nossa consciência, no “em si”. Tanto o é que acabei por trazer as definições de “julgamentos” e “especulações” (o que acredito ser a natureza, ou melhor, o fim dado a este blog). Você levantou uma questão importantíssima que é a do tempo linear. De fato acredito que conduzimos nossas ações baseados nesta noção primeva que traz comodidade e a possibilidade de estabelecermos rotinas, às quais damos o nome de cotidiano. Enfim, possibilita que a vida seja levada de forma sistemática e muitas vezes irreflexiva. Acredito que se voltássemos aos nossos ancestrais, constataríamos que o tempo linear derivou do fato de sermos perecíveis. O incômodo de termos uma existência finita fez com que voltássemos as nossas preocupações para o impacto de nossos feitos, de nossas realizações. E as grandes ações passaram a ser os balizadores de nossas vidas, agora dividas em antes e depois. Desde então surgiu a noção de presente, passado e futuro. O tempo, como nós o concebemos, foi uma maneira de eternizar aquilo que estava fadado à perecibilidade. Portanto, não considero a existência desta noção de tempo como algo dado a priori. Neste sentido, acredito não agir pensando no passado ou no futuro como você afirmou, caro amigo. E o fato de desconsiderar o presente, de forma alguma aniquilo nossa existência. Ao dizer que o Blog só fala do “Passado” e do “Futuro” foi uma forma de retomar os termos “Julgamento” e “Especulação” para os quais forjei definições semanticamente despretensiosas. Certamente convergimos nossas idéias quanto à questão do “sou o que faço”. No entanto, não reduziria tal expressão a ações espontâneas ou instintivas. Aliás, rejeito a concepção de instinto quando falamos de seres humanos. O fato de sermos o que fazemos pressupõe que carregamos o peso do mundo em nossas costas, pois a partir do momento em que ponho uma ação em prática, assumo a responsabilidade por tal feito e acabo por universalizar minha conduta. O que quero dizer com isso? Aquilo que considero certo para mim, considero para toda a humanidade. Sendo assim, se não quero que um ato seja posto em prática, nunca devo fazê-lo, pois minha atitude será pretensamente universal, sempre. Está aí o drama existencialista. Bom, neste ponto podemos falar da oposição entre TER e SER tão marcante no nosso tempo (* até para escrever é difícil escaparmos da noção de linearidade). Nós de fato não somos o que temos, mas podemos ser consumistas em excesso. Se eu dissesse ser aquilo que tenho, acabaria por travestir um ser que não tem essência definida a priori, dá-lo-ia uma roupagem muito menos complexa e essencialmente materialista. Afora tudo o que foi dito, a questão que você trouxe foi de grande valia e me fez lembrar da frase “as coisas que você possui acabam por possuir você” do filme Clube da Luta. Isso de fato pode acontecer caso as ações de um indivíduo estejam focadas somente no intercâmbio material vicioso desta sociedade em que uma etiqueta parece ter mais vida do que nós mesmos. Para não correr o risco de ser excessivamente enfadonho, termino o texto por aqui e agradeço os sábios e oportunos comentários do meu grande amigo Paulo (brilhante e sensato como sempre). Espero ter esclarecidos alguns pontos obscuros e ter trazido novas idéias para debate. Um grande abraço a todos que perseveram e freqüentam este Blog em busca de novidades.

Alexandre Varela disse...

JUUUUUUUU, estou morrendo de saudades de você!!!! Espero que nos vejamos o mais breve possível!!!! São tantas coisas para falar e colocar em dia que, provavelmente, esquecerei todas quando nos encontrarmos!!! Vamos marcar qualquer coisa em qualquer lugar, bar, birosca, boteco, moquiço,...!!! Um grande beijo minha amiga e obrigado por freqüentar meu blog.